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QUEM SOMOS?

Nos Estados Unidos, a luta do povo contra a opressão racial mostra o caminho às brasileiras!

Neste texto, queremos polemizar, uma vez ainda, com os setores do movimento feminista que defendem a teoria do empoderamento e, em especial, aquelas e aqueles que ainda acreditam que uma mulher na presidência está transformando a vida das mulheres trabalhadoras.

     Nas últimas semanas, temos visto, principalmente pelas redes sociais, o grande levante que está acontecendo nos Estados Unidos. Uma intensa luta anti-racista se iniciou a partir do assassinato do jovem negro Michael Brown pelas mãos de um policial branco.Todas e todos nós apoiamos e nos solidarizamos, muitas vezes até ativamente, com esses protestos. A questão aqui e o destaque para esta publicação vai para o atual presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama: homem negro.

     Obama, apesar de negro, desde que assumiu a presidência dos EUA, em janeiro de 2009, tomou o lado do imperialismo. O “homem mais poderoso do mundo”, no país do Aparthaid, agora é negro, no entanto, a classe que governa, de fato, o país, é a mesma: a burguesia.

     Obama não realizou uma transformação radical na vida da população negra dos EUA, assim como Dilma não realizou na vida das mulheres trabalhadoras brasileiras. Isso porque ambos, apesar de serem negro e mulher, tomaram partido por defender uma classe, a burguesia! Mais uma vez, nos vemos diante do debate de que acabar com a opressão está diretamente ligado com o fim da espoliação da classe trabalhadora em seu conjunto.

 

     A teoria do empoderamento - defendida por Dilma, pelo PT, pela maioria dos partidos que se reivindicam de esquerda e alguns setores do movimento feminista – “prega” que o empoderamento das mulheres seria a principal solução para acabar com o machismo e as mazelas que atingem as mulheres.

 

     Numa linguagem bem simples e de modo bem geral, empoderar uma mulher é possibilitar que ela conquiste espaços antes ocupados apenas por homens. Apesar disso, nem todas as mulheres conquistam esses espaços, pois são reservados em sua maioria às mulheres burguesas. Afinal, são elas que - dentro de um cenário já muito desigual e reduzido - têm mais condições de competir com os homens que ocupam esses cargos.

 

     Isso significa que uma quantidade insignificante de mulheres ocupa os postos de poder. A pergunta que fica, a mais importante para nós, é: Isso muda a realidade de todas as mulheres trabalhadoras? 

 

     A resposta: Não. Isso porque no chão da fábrica, em casa, no transporte público e na rua, a esmagadora maioria das mulheres continua sofrendo violência e se submete ao trabalho precário e mal remunerado para sobreviver.

 

     A conclusão, portanto, é simples: uma presidenta (ou qualquer mulher “no poder”), ainda que, individualmente, represente algum avanço na luta pela emancipação feminina, não representa nenhum avanço para o conjunto das trabalhadores se não uso esse “poder” para lutar por elas. Se ocupar a cadeira da presidência ou da câmara de deputados não representar uma transformação no cotidiano das mulheres trabalhadoras, não é, de forma alguma, uma conquista para o movimento feminista que defende as mulheres da classe trabalhadora! Não é avanço, pois no país em que Dilma (PT) é presidenta são investidos no combate à violência contra a mulheres APENAS R$ 0,26 centavos por mulher POR ANO! Não é um avanço para o conjunto das trabalhadoras porque a Dilma não defende, com unhas e dentes, o direito da mulher sobre o próprio corpo, defendendo a descriminalização do aborto; não é um avanço porque ainda somos assediadas no transporte público superlotado das grandes cidades; porque ainda andamos com medo pelas ruas mal iluminadas; porque as poucas delegacias da mulher que existem não tem pessoal treinado para nos acolher; porque há pouquíssimas casas abrigos e em muitas delas não podemos entrar com nossos filhos e filhas; porque a saúde pública no país é precária; porque a educação ainda não é laica; e por um sem fim de coisas mais.

 

     Assim, queremos chamar atenção das mulheres, companheiras honestas, que ainda defendem a teoria do empoderamento como saída para as mulheres trabalhadoras. Do mesmo modo que o presidente negro, Obama, não mudou a vida do povo negro norte-americano que, com os últimos episódios de violência racista, tomou as ruas e incendeia o país, é hora das mulheres retomarem as ruas para defender a sua classe, uma vida digna e o direito ao próprio corpo!

 

     Nesse sentido, como ponta de lança na defesa da vida das mulheres trabalhadoras, vemos hoje, o Movimento Mulheres em Luta (MML) que está tocando a campanha do 1% do PIB para combater a violência contra as Mulheres no Brasil, como a única alternativa classista dentro do movimento feminista organizad. Apoiamos ativamente a iniciativa do MML nessa campanha e convidamos todas e todos a construí-la. Mas, mais importante que isso, a começar a pautar seus esforços de luta em base a um feminismo que tenha raça e classe! Pois, no final das contas, Dilma e as mulheres burguesas, assim como Obama e a burguesia norte-americana, defendem seus interesses de classe, mesmo que para isso morram milhares das nossas e dos nossos! Assim, o entendimento de que a luta contra as opressões é indissociável da luta contra a exploração do conjunto classe trabalhadora, para nós, está cada dia mais firme e provado em base à realidade.

Somos a Regional do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) que engloba as cidades de Maringá, Sarandi e Paranavaí.

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